Resiliência intergeracional

Resiliência intergeracional

Está em curso a Reforma de Cuidados de Saúde Primários, uma medida emblemática que assenta na Lei de Bases da Saúde e segue uma abordagem transversal, abrangente e integrada. A execução da reforma tem como instrumentos um conjunto de investimentos que, no seu conjunto, visam reforçar a resposta em todas as suas vertentes de intervenção, designadamente, na promoção da saúde, prevenção da doença, diagnóstico precoce, tratamento adequado e reabilitação.

Os investimentos previstos nos avisos em aberto para “Qualificar as instalações e os equipamentos dos Centros de Saúde – Modernizar equipamentos” e “Dotar todos os centros de saúde com capacidade de dosear a proteína C reativa (PCR)” são mais uma etapa no caminho do reforço, modernização e resiliência do Serviço Nacional de Saúde.

A renovação e modernização de equipamentos para a prestação de cuidados de saúde, seja clínico, informático, administrativo, ou outro, é essencial para a prossecução dos objetivos e prioridades definidas no âmbito do PRR para a área da saúde.

O simples doseamento da proteína C reativa (PCR) possibilita uma melhor distinção entre as infeções virais e bacterianas, permitindo qualificar a prescrição de antibióticos, ajustar o tratamento e poupar recursos.

Pequenos passos que farão a diferença.

Na dimensão da resiliência cabem parte significativa das respostas a problemas diagnosticados na sociedade portuguesa e que agora podem ser resolvidos ou mitigados através do investimento concentrado das verbas do PRR. É o caso do alojamento para jovens universitários, considerado um obstáculo para as famílias. Portugal apresenta uma situação particular no contexto europeu relativamente à disponibilidade de alojamento para estudantes do Ensino Superior, caraterizada pela conjugação de significativa escassez da oferta face às necessidades, particularmente em condições de preço e conforto compatíveis com as capacidades económico-financeiras de muitos dos estudantes. Esta situação compromete gravemente a efetiva igualdade de oportunidades no acesso ao Ensino Superior, e urge alterar o paradigma.

O investimento de 375 milhões na criação de 15 000 camas a custos controlados em residências universitárias é um forte incentivo à resolução desta fragilidade e à concretização do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior.

Estes investimentos simbolizam a solidariedade intergeracional e a relevância social e inclusiva da dimensão Resiliência, e nesse sentido merecem o destaque nesta newsletter. Outros virão.

 

Joana Mota

Coordenadora da Resiliência