Financiado pelo PRR, o telescópio ótico mais avançado de Portugal e um dos mais avançados do mundo já começou a operar a partir da Base Aérea n.º 11 (BA11), em Beja. Este equipamento permite monitorizar objetos no espaço, sejam satélites ou lixo espacial. Assim, apresenta informação de utilidade para a defesa nacional e apoio a manobras de satélites.
Este telescópio, que permite captar imagens a distâncias entre os 300 e os 8.000 quilómetros, resulta de uma parceria entre a Força Aérea Portuguesa (FAP) e a empresa aeroespacial portuguesa Neuraspace e contou com um investimento total de 25 milhões de euros, tendo tido financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O telescópio ótico localiza-se na base aérea de Beja, junto à pista, estando já em pleno funcionamento, após um período de testes que durou cerca de dois meses.
Durante a inauguração do equipamento ontem, dia 10 de setembro, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves afirmou que “Temos que ter olhos para podermos cumprir a missão”. O chefe do Estado-Maior da Força Aérea salientou ainda a importância da instalação deste equipamento, já que representa “um dos primeiros grandes passos” para a concretização da nova estratégia da FAP focada no espaço. “Estamos muito mais capacitados para responder aos desafios futuros que se fazem ao nosso país”, acrescentou.
O coronel Pedro Costa, diretor do Centro de Operações Espaciais da FAP, a informação recolhida através deste equipamento tem aplicação nas áreas da segurança e da defesa nacional e também em termos comerciais, ao abrigo da parceria estratégica com a empresa Neuraspace.
Para a segurança e defesa, “precisamos de saber, por exemplo, quando fazemos sair o nosso [avião de combate] F-16, o que está por cima, o que nos está a captar, para manter também toda a operação discreta e tirar valor operacional”, indicou, adiantando ainda que o sensor vai permitir “reentradas vindas do espaço e, nesse sentido, vai garantir aquilo que é uma segurança também de pessoas e bens de objetos que venham do espaço exterior”.
Ao nível comercial assume também importância já que dará apoio aos operadores nas manobras de satélites no espaço.