O setor da construção esteve em debate, ontem, dia 17 de fevereiro, numa conferência que abordou, entre outros, o tema dos fundos europeus, sua importância e desafios para esta fileira.
Com abertura a cargo do Presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, Manuel Reis Campos, e do Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, o evento, que teve lugar no LNEC, apresentou, na parte da tarde, o painel “Os fundos europeus e outros instrumentos financeiros: programação e execução – desafios da fileira da construção”.
Com a moderação a cargo de Sónia Oliveira, Diretora Geral da AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas) , Fernando Alfaiate, Presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, António Mendonça, Bastonário da Ordem dos Economistas e António Ramalho, Chairman da Touro Capital Partners, apresentaram os principais desafios e impactos no setor da construção, numa altura em que Portugal tem em execução fundos estratégicos como o PRR e o Portugal 2030.
O Presidente da Recuperar Portugal teve ainda a oportunidade, no início do painel, de fazer uma apresentação que focou o estado do PRR, mas acima de tudo, incidiu sobre o impacto do PRR no setor da construção, referindo componentes que “tendo um conjunto de metas associadas a investimentos PRR, introduzem um efeito de oferta, para obras e empreitadas, relevante”. Avançando com vários exemplos, desde a saúde com a reabilitação e construção de unidades de saúde, à habitação ou infraestruturas, entre tantos outros, referiu poder apurar-se “um volume de investimento, incluído nos 22 mil milhões de euros” de cerca de 8 mil milhões de euros associados a obras e construção. Ressalvou ainda a existência de 3 agendas mobilizadoras na área da construção.
Foram levantadas por António Mendonça, Bastonário da Ordem dos Economistas e António Ramalho, Chairman da Touro Capital Partners questões sobre a necessidade de inovação e competitividade, bem como o desafio relacionado com a produtividade e a escassez de recursos humanos, Fernando Alfaiate frisou ainda a importância das formações, indicando que “existem fundos para colmatar essa deficiência e temos de os aproveitar”.
A encerrar o painel esteve o Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que desafiou cada um dos presentes “a olhar para os fundos europeus como uma forma de intervir dentro das próprias empresas”, ou seja, em vez de encarar os “fundos como uma fonte de financiamento para poder faturar, era encarar os fundos que também têm instrumentos e meios para incentivar a inovação no interior das empresas, a aposta na tecnologia no interior das empresas, melhorar os métodos de gestão das empresas”.
Manuel Castro Almeida referiu ainda que houve um tempo que os pagamentos referentes a investimentos públicos eram um problema, mas que neste momento essa questão já é bastante diferente, tendo concluído que neste momento há apenas 7% das Câmaras Municipais a pagar a mais de 60 dias. Ainda assim, esclarece que “não é bom porque estamos a falar ainda de 20 câmaras”, mas tal já não se compara com o que acontecia há 10 anos. No caso do Estado, afirma que “o objetivo é pagar a 30 dias úteis”, referindo que se está no caminho para atingir esta meta. Uma meta definida também para os fundos, que devem seguir esta baliza de 30 dias úteis após a entrada dos pedidos de pagamento.
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