A construção do Arquivo Nacional do Som, um projeto estruturante para a preservação da memória sonora do país, vai avançar no concelho de Mafra, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A empreitada foi adjudicada pela Câmara Municipal de Mafra por 6,4 milhões de euros (acrescidos de IVA), numa decisão aprovada por unanimidade em reunião do executivo municipal. O financiamento assegurado pelo PRR abrange 4,5 milhões de euros para a construção do edifício e dois milhões de euros para a aquisição de equipamentos especializados.
O projeto contempla a construção de um edifício com cinco pisos, desenhado para se integrar na morfologia do terreno e dotado de áreas técnicas, laboratórios, zonas de acolhimento e depósitos preparados para garantir a conservação adequada de suportes sonoros.
O futuro Arquivo Nacional do Som terá como missão reunir, preservar e digitalizar o património sonoro nacional, assegurando a sua salvaguarda face à degradação física dos suportes. Refira-se que foram já identificados meio milhão de registos pertencentes a várias entidades, 90% das quais se situam na Área Metropolitana de Lisboa. Entre os acervos a conservar incluem-se registos históricos como os primeiros cilindros de cera e discos de sulco largo da viragem do século XIX para o século XX, até aos recentes CD, ou ainda os documentos “nado digitais”, que tanto podem ser gravações de paisagens sonoras e sons de pássaros, até música publicada em plataformas digitais e ‘podcasts’. A criação do Arquivo Nacional do Som é da responsabilidade de uma equipa de missão constituída em 2019, que tem vindo a desenvolver programas de digitalização, peritagem e celebração de protocolos de cooperação com diversas entidades nacionais e internacionais.
Esta infraestrutura com o apoio PRR representa mais um passo na preservação e valorização da herança cultural do país.