Plano de Recuperação e Resiliência – Recuperar Portugal

Equipas comunitárias de saúde mental financiadas pelo PRR reduzem internamentos e geram poupanças significativas no SNS

As equipas comunitárias de saúde mental apoiadas pelo PRR estão a ajudar a transformar o panorama da saúde mental em Portugal. Em 2023, cinco destas equipas permitiram uma redução superior a 26% nos internamentos e poupar uma verba estimada entre 2,3 e 2,6 milhões de ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os dados constam de uma avaliação económica conduzida pela Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental, que será apresentada hoje, no âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental.

Os resultados demonstram um impacto expressivo: face ao período anterior à intervenção, verificou-se uma diminuição superior a 30% no número de dias de internamento e uma redução de 46,7% em casos de reinternamentos. Estes ganhos refletem não apenas uma maior eficácia na resposta clínica, mas também uma melhoria significativa na qualidade e continuidade dos cuidados prestados na comunidade.

Em termos económicos, o estudo mostra um retorno de investimento muito positivo — 14,5 euros poupados por cada euro investido em 2023, um aumento face aos 12,9 euros registados no ano anterior. 

Atualmente, 40 equipas comunitárias de saúde mental (dirigidas a adultos e a crianças e jovens), financiadas pelo PRR, prestam cuidados integrados e de proximidade a populações entre 50.000 e 100.000 habitantes. A articulação com os cuidados de saúde primários, hospitais e entidades sociais tem sido fundamental para garantir uma resposta mais próxima, contínua e centrada na pessoa.

Além dos benefícios clínicos e financeiros, o impacto ambiental também é relevante: a redução dos internamentos traduz-se numa diminuição estimada de 25 a 34 toneladas de resíduos hospitalares por ano nas cinco áreas avaliadas. Extrapolando para o país, este modelo poderá evitar até 690 toneladas anuais de resíduos hospitalares, contribuindo para uma gestão mais sustentável dos recursos em saúde.

O sucesso destas equipas confirma o potencial transformador do investimento do PRR na saúde mental, reforçando a importância de políticas públicas que promovem a prevenção, a integração comunitária e a sustentabilidade do sistema de saúde.

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