O Plano de Recuperação e Resiliência elegeu os territórios de floresta vulneráveis como uma componente estratégica para o desenvolvimento de áreas de baixa densidade atuando com investimentos em várias frentes. O financiamento de 270 milhões de euros do PRR dá mais força ao Programa de Transformação da Paisagem (PTP), que configura uma estratégia para os territórios vulneráveis da floresta com elevada perigosidade de incêndio.
Este investimento pretende aumentar a resiliência dos territórios vulneráveis face aos riscos associados às alterações climáticas, em particular aos incêndios rurais e à perda da biodiversidade, através de medidas que promovam uma mudança estrutural nos modelos de ocupação e gestão dos solos, que favoreçam a adaptação do coberto vegetal às novas condições climáticas, que apoiem o restauro dos ecossistemas, que assegurem uma acumulação de longo prazo de carbono atmosférico e que, simultaneamente, promovam o crescimento sustentável e a valorização do capital natural desses territórios, fomentando novas economias e a coesão territorial, contrariando a perda de população.
A execução destas medidas, coordenadas pela Direção Geral do Território permitirá:
Elaborar 19 Programas de Reordenamento e Gestão da Paisagem (PRGP) nos territórios delimitados como vulneráveis; Constituir 60 Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP); Apoiar 800 aldeias com projetos de gestão de combustível.
A Estratégia do Programa de Transformação da Paisagem tem uma visão reformista. Aposta numa visão integrada dos territórios da floresta como referencial de uma nova economia das zonas rurais de baixa densidade; valoriza o capital natural e a aptidão dos solos; promove a resiliência do território e que assegura maiores rendimentos, através de processos participados e colaborativos e de base local e da capacitação de atores e instituições. São também objetivos do PTP incentivar os produtores a melhorar a gestão das suas explorações e desenhar a paisagem desejável para dar resposta aos desafios das alterações climáticas.
Os contratos com os beneficiários intermediários (entidades gestoras) já estão assinados. Concluir os projetos, complexos pela sua articulação em rede, no tempo previsto pelo PRR é agora o desafio.