Cento e vinte empresas da área do calçado, responsáveis por 1.000 milhões de euros de exportações e 10.000 postos de trabalho, subscreveram um ‘Compromisso Verde’ para contribuir para um planeta neutro em carbono.
Numa cerimónia presidida pelo comissário europeu do Ambiente, Virginijus Sinkevičius, e em que participaram também o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, as empresas subscritoras do Portuguese Shoes Green Pact comprometeram-se a trabalhar e contribuir para as metas definidas pelas Nações Unidas e Europa de um planeta com saldo nulo de emissões de carbono em 2050 e uma redução para metade em 2030.
De acordo com o presidente executivo da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), Manuel Carlos, este é um grande desafio para o sector que emprega mais de 40.000 pessoas e exporta mais de 2.000 milhões de euros para 170 mercados, estando no caminho de um futuro mais sustentável.
Quando se pretende reforçar o mercado de exportações e aliar a criatividade à eficiência produtiva é necessário existir um grande desenvolvimento tecnológico, uma boa base produtiva nacional sustentável e altamente competitiva. Assim, e no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foram aprovados dois projetos no valor de 140 milhões de euros, a executar até final de 2026 por dois consórcios, envolvendo empresas e entidades do sistema científico e tecnológico português. O PRR irá alavancar e promover a bioeonomia sustentável no sector do calçado, proporcionando a aposta em produtos inovadores com materiais de base biológica e reciclados. A par dos novos materiais existirá um grande investimento em capacitação das empresas com tecnologia de ponta que permitam esta mudança.
Para o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, o Portuguese Shoes Green Pact é “um momento histórico para o setor do calçado e para a indústria portuguesa” e “um exemplo para todos os setores de atividade”.
O governante destacou que o percurso feito pelo setor foi concretizado “em parceria com o setor público”, tendo representado “um investimento de 110 milhões de euros, alavancado com cerca de 60 milhões de euros de apoios públicos do Portugal 2020”. O governante recordou que no PRR, com as agendas mobilizadoras, foram já mobilizados 3.000 milhões de euros, aos quais se somam os 150 milhões de euros da bioeconomia.